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A cantata “Carmina Burana” encerra 30º Festival de Música de Londrina
Dois concertos no Teatro Ouro Verde encerram as atividades do 30º FML. A peça de Carl Orff, “Carmina Burana” será executada pela Orquestra Sinfônica e Coros do 30ª Festival de Música de Londrina, nesta sexta (23) e no sábado (24), às 20h30
por Ascom 30º FML – Alea/Doc
Maestro Daisuke Soga / Foto: Devanir Parra
Os Concertos de Encerramento do 30º Festival de Música de Londrina (FML) apresentarão a cantata “Carmina Burana”, do compositor alemão Carl Orff (1895/1982) como peça de destaque e será executada pela Orquestra Sinfônica, coro adulto e infantil do 30º FML, sob a regência do maestro japonês Daisuke Soga. O concerto ainda trará na primeira parte peças dos compositores Beethoven de Schumann.

Os dois concertos de encerramento serão realizados no Teatro Ouro Verde, com início às 20h30 e ingressos a R$10,00 e R$ 5,00 (meia). A “Cantatae Profanae” Carmina Burana terá a participação dos solistas Rebekka Reister, como soprano e Ângelo Dias, como barítono e será apresentada na segunda parte do Concerto.

Abrindo o concerto, a Orquestra do 30º FML executará a “Abertura de Egmond”, do compositor L. V. Beethoven e o primeiro movimento da “Sinfonia nº1, em si bemol (op.38)”, de Schumann. O maestro Daisuke Soga, que também é professor de regência orquestral no festival, designou quatro alunos da aula de regência para comandarem a regência destas duas peças, como já é tradição no festival de Londrina.

No concerto de sexta-feira, Roberto Ondei regerá Beethoven. A seguir será a vez de João Carlos Rocha reger a Sinfonia de Schumann. No sábado, a regência da “Abertura” de Beethoven terá como maestro o estudante, Márcio Steyernagel e para a peça de Schumann, a regente será Natália Larangeira.

Segunda parte

Para “Carmina Burana”, executada após o intervalo, estarão no palco entre coro e orquestra cerca de 150 pessoas. A parte completa da peça de Orff, que o público ouvirá com orquestra e coro será “a Primavera”, com quase vinte minutos de duração, já que a cantata toda tem pouco mais de uma hora de música e se divide em Fortuna; Imperatriz do Mundo, Primavera, Taverna e Cores do Amor. Ainda a orquestra executará também trechos da Fortuna, Imperatriz e Cores do Amor.

“Carmina Burana é uma grande orquestra que ganha um efeito tremendo junto com o coro, e há uma dificuldade imensa de unir pessoas que nunca tocaram juntas para executar algo do gênero”, explica o regente Daisuke Soga e complementa, “ e o resultado deste trabalho, o público poderá conferir no concerto”.

Para o diretor artístico do Festival de Música de Londrina, o pianista Marco Antônio de Almeida, os diferenciais desse concerto de encerramento são o alto nível de Carmina e o número de percussões que a peça exige. “Carmina Burana é extremamente rica e boa parte dos instrumentos da orquestra é tratado como instrumento de percussão. A peça ganha efeitos rítmicos ao invés de melódicos”, explica o diretor.

A composição Carmina Burana e os “Carminas Buranas”

A história da cantata Carmina Burana de Carl Orff envolve certo mistério em seu início. A composição é baseada em 250 poemas (os Carminas Buranas), sem autoria, encontrados no século XVIII, em códices (estilo de pergaminho), em um monastério na Baviera (Alemanha). Atualmente os manuscritos se encontram na Biblioteca Nacional de Munique (Alemanha). A composição de Orff estreou em 1937 em Frankfurt (Alemanha).

Não se sabe como os 250 poemas foram parar no monastério, existem rumores de que seja um trabalho comissionado por algum nobre ou bispo. Não há uma data exata de quando foram escritas as mais de 200 obras encontradas, com miniaturas de desenhos, apenas as referências que faz a algumas pessoas relevantes da época.

A primeira data que aparece é a de 1803 quando o Barão Von Aretin entra em contato com esses antigos manuscritos e os leva para Munique – Alemanha. Em 1847 o bibliotecário e estudioso em dialetos, Johann Andreas Schmeller da biblioteca erudita da Corte Real e Biblioteca do Estado, foi o responsável pela tradução e publicou o Dicionário Bavieriano.

Carl Orff utilizou o dicionário para traduzir os poemas e depois publicar a escrita pela primeira vez sob o título de Carmina Burana (“Canções de Benediktbeuern”). As imagens da obra auxiliaram o compositor a começar a escrever o refrão da música.

“A cantata de Car Orff é emoldurada por um símbolo da antiguidade — a roda da fortuna, eternamente girando, trazendo alternadamente boa e má sorte. É uma parábola da vida humana exposta a constante mudança, sem uma trama precisa” (trecho de enciclopédias).

Werner Thomas, quando escreveu em 1981 o texto de abertura da partitura de Carmina Burana, reproduziu um trecho da narrativa de Carl Orff no primeiro contato dele com o livro de poemas, em 1934: “foi um dia memorável para mim e logo de início vi a imagem da roda da fortuna”.


Serviço:
CONCERTO DE ENCERRAMENTO DO 30º FML
Orquestra Sinfônica e Coro adulto e infantil do 30º Festival de Música de Londrina
Concertos dia 23 e 24 de julho – às 20h30
Teatro Ouro Verde – Rua Maranhão, 85
Ingressos: R$ 15,00 e R$ 7,50 (mediante apresentação de documento)


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