09.03 - Flos Harmonicus - Laboratório de pesquisa da teoria e prática de contraponto e improvisação da músic

A arte da improvisação é uma prática comum e presente em diversos gêneros musicais contemporâneos tais como o Chôro, Jazz, Folk, entre outros. Na música histórica podemos também encontrar diversas tipologias teórico-práticas de improvisação e ornamentação, também denominadas de diminuizione, glosa, fantasia, cantare super librum, entre outras. A fluente prática da improvisação na música histórica se dá também ao fato de que o sistema educacional musical da época não fazia distinção entre o músico-compositor-improvisador.
Hoje em dia, a prática da música histórica muitas vezes fica limitada à interpretação de leituras de partituras, sem explorar substancialmente o campo da improvisação que, para além de ser uma prática autenticamente histórica, proporciona diversas habilidades ao improvisador, tais como a criatividade, memória, estratégia e vizualização mental, pensamento abstrato, rápida reação à estímulos externos e muitos parâmentos sócio-psico-culturais como p.ex. o desenvolvimento da personalidade, pensamento crítico, a sociabilidade e o respeito ao próximo.
A improvisação desenvolve a habildiade de expressar o pensamento e elaborar o discurso:
“Improvisação não é mais que, a súbita abertura e a vontade deste reservatorio, o cérebro, mas é necessário que o reservatório esteja pleno. Da plenitude do pensamento resulta a abundância do discurso.”


“O ato de improvisar proporciona habildades musicais, técnicas, históricas, artísticas e socias, cooperando no desenvolvimento de cidadãos mais aptos para a resolução rápida de problemas, mais astutos, mais pacientes, mais críticos e mais completos”

Proposta do workshop
Este workshop pretende resgatar a trilogia da estética medieval e renascentista do músico-compositor-improvisador através da teoria e prática de contraponto e improvisação apoiando-se na Interpretação Historicamente Informada através de fontes históricas da época como tratados, fac-similes, manuscritos e relatos.
Durante o workshop serão realizados laboratórios de improvisação e contraponto individuais e em grupo, onde através da análise teórica de fac-similes e tratados será desenvolvida a prática de improvisação.
Será igualmente trabalhado o repertório escolhido pelos alunos que podem sugerir as obras/autores que desejarem trabalhar e aplicar a linguagem medieval e renascentista.

Metodologia
• Durante o workshop serão apresentadas fontes históricas tais como tratados e fac-similes que evidenciam e exemplificam a prática de improvisação medieval e resnascentista. Contraponto, canon, ornamentação, fórmulas cadenciais, diminuição e glosas serão alguns dos temas abordados apresentando comparações entre estilos, nacionalidades, estética, afeto, retórica e linguagem.
• À partir do conhecimento teórico serão realizadas masterclasses laboratoriais em grupo para a prática de improvisação e contraponto no estilo medieval e resnascentista.
• As aulas individuais serão concentradas no repertório sugerido pelo aluno, onde serão aplicadas a estética e linguagem medievais e resnascentista.
• O workshop será concluído com uma apresentação de alunos. A duração da apresentação e repertório escolhido serão baseados na quantidade de alunos inscritos, nos instrumentos e no repertório que foi trabalhado durante o workshop.

Perfil para alunos ativos:
• Direcionado para profissionais e alunos de música acima de 15 anos com cópias de instrumentos históricos em 440hz e cantores. Instrumentos modernos também são bem-vindos.
• Necessário conhecimento de nivel médio de música e prática de conjunto.
Perfil para alunos ouvintes:
• Disponibildiade para frequentar as aulas durante o workshop.


Sugestão de repertório para o workshop
• Ballade, Madrigal e Motetos medievais de Guillaume de Machaut, Philippe de Vitry, Jacopo da Bologna, Johannes Ciconia, entre outros.
• Danças medievais – stampitta, troppo, saltarello
Codex Faenza 117
• Madrigais e Motetos renascentistas de Josquin des Préz, Orlando de Lassus, Ciprian de Rore, entre outros.
• Suite de danças renascentistas – pavana, gaillard, menuet, entre outros.
• Etc.

Referência Bibliográfica:

• La Fontegara, Silvestro Ganassi – Roma, 1535
• Chanter sur le livre, Barnabé Janin. SYMETRIE, 2014
• Medieval Music and the Art of the Memory, Anna Maria Busse Berger. University of
CALIFONIA Press, 2005.
• A performance guide to Medieval Music, Ross W. Duffin. INDIANA, 2000.
• An Early Fifteenth-century Italian source of keyboard music, Facsilime edition. Armer
Carapetyan. AMERICAN INSTITUTE OF MUSICOLOGY, 1961.
• Company to Medieval & Renaissance Music, Tess Knighton & David Fallows.
OXFORD, 2003.
• The Sound of Medieval Song. McGEE, Timothy. Oxford, 1998
• Ken Zuckerman - http://www.kenzuckerman.com
• Projeto Flos Harmonicus - http://flosharmonicus.wix.com/flosharmonicus

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